Tenho uma dor no peito
Que já não cabe mais
Em mim.
E tem cor de vento
E atravessa o tempo
E eu já nem me lembro
Quando começou.
Sabe lá se
A dor que hoje
Me habita
Já antes existia.
Antes da minha ideia
Virar meu eu: matéria.
Sou fruto de uma dor
Do coito.
Nasci pela dor de outro,
No parto
Chorei para respirar
Abri os olhos
E pouco enxerguei
(B.A.S. – fevereiro de 2014)
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