Como consigo dormir
sabendo que há tantos com fome?
Isso não importa,
nem sei o nome.
Tanta coisa não importa
desde que não seja comigo.
Severino vai e volta
sem rumo, sem destino
sem condições melhores
volta à casa.
Come farinha de mandioca e água
quando tem.
Se não tem
ignora
a fome.
Foi procurar uma vida melhor
e à sua frente
encontrou portas fechadas,
corações trancados,
e muitos sem se importar.
Sem esperanças,
mãos abanando,
estômago roncando
e como se já não estivesse acostumado,
bolsos vazios e crianças chorando.
ISABELLE GAMBERONI (Minha aluna do 8º ano do Colégio Padre Corrêa)