Paro e penso
Na borra de café no fundo da xícara
- Café forte!
Amargo de fazer lembrar tristezas.
Melancólico pela louça lascada.
E para onde foi tal pedaço?
Talvez não gostasse de ser amargo
E petulante se rompeu...
Como lembranças tristes.
Pires manchados de outras bocas,
Batons, outras bebidas, azul-paris.
E apenas uma asa não faz voar.
Perigosa é a história
No relato mudo da lembrança.
Outras borras, outras línguas.
Saliva, colheres, insônia.
Café. Insônia homeopática
Que de apática, deixa a língua
Com o amargor do tempo.
Made in China, 1989.
E concluindo o pensamento
Da idéia que está a amargar,
Mais água ao “passá-lo”
Evitaria a reflexão
Que este preto faz evocar.
(B.A.S. – 19/10/2004)
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